sábado, 29 de agosto de 2009

Sinceridade

É comum. Em todo o aglomerado que se preze, destaca-se algum valor. Valor atribuído ou mesmo refletido. Fruto das ações, dos versos, das poesias. Qual é o meu valor? Isso depende do quanto você me valoriza. Posso então entender que o meu valorizar está diretamente ligado às coisas que me importam, às coisas que me atraem. O que exatamente me atrai? Não destaco-me dos demais apenas por passar despercebido em meios aos olhares que esperam, famintos, por alguma qualidade dispensável. Sou a quinta parte do fracasso, assemelhado dos tantos que dividem essa moradia de terras e mares. Partilhamos o mesmo céu, a mesma comida. Entretanto, trilhamos os rumos em direções opostas. Em vão, afinal, não há viva alma que resista às tentações da união.

Meu raciocínio esta impreciso. Quero saborear as palavras e digerir as emoções. Mas as palavras me sobram, engulo-as, comparando-me a um faminto de frente a uma sopa farta. A digestão ainda me é pior. Pois o que deveria me alimentar, sustentar a vida e me agraciar com benefícios, apenas me confunde. Então é isso, dei-me por confuso. E agora faço o que?

A reza não me condiz, tampouco me conduz. Quem dera eu fosse um monge, um sábio ou qualquer presença oniciente. Mesmo um sabichão sentir-se-a mais elegante nessa festa. Trajado adequadamente, mãos limpas e cabelos penteados. Eu, por outro lado, mostro-me vil e perigoso. Um andarilho, perdido e sem malícia.

Sinceridade...sinceridade...sinceridade...

Sinceridade...Sinceridade...

Ato de não mentir.

Errado.

Sinceridade é o ato de não enganar. É ser e nada mais. Sendo assim, sou quem, perante a discórdia? Deveria ser no mínimo alguém. Mas, ao meu ver, nem isso.
Opto por...

Veja você, nem mesmo consigo determinar minha próxima ação.


Talvez eu deva dormir e organizar o pensamento.