quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Minha vida e Isabela (Parte3)

"Não me privo do andar por medo de cair..."


Eu já podia ouvir de longe o agradável som das trombetas angelicais que anunciavam meu chegar ao recanto de Deus. Meu decoro não haveria de ter sido em vão e minha inabalável crença na boa fé se mostrava brilhante e presente. Não menos presente se fazia a face da vergonha. Aquela que ao meu lado mostrou-se fortemente criticadora e igualmente relevante. Nenhuma das partes de mim, naquele momento, faziam junção ou mesmo entravam no costumeiro consenso. Pensei em reaver em forças e as rédeas com alguma reza de bolso, assim de mão juntas, só mesmo pra dizer que rezava. Mas a concentração pra tal, parecia luxo dos mais impossíveis. Me faltava a figa, a força, a fé. Da letra F gozei apenas da fraqueza e do frio, que mesmo na manhã de sol, me cortava a espinha. As horas se passaram como se não passassem. O que relevava sua partida era somente a luz que dançava no chão, num ritmo lento como a quem diz "não se preocupe", como a quem lhe conforta a mando do bom senso.
Os passos a seguir se fizeram após a porta. A coragem me tomou e parti em direção ao meu dia mais irreal, ao meu dia com Isabela.