Estava hoje, pela manhã, sentado na escadaria do meu quintal. À vontade, sem camisa e com um cachorro no colo, pensava em como o mesmo não havia morrido após ter iniciado queda do segunda andar da casa de meu irmão. Faça-me um favor, o cachorro tem apenas 1 mês e caiu de cabeça de uma altitude com alturas muito altas! Sem finalidade para tamanha delonga, expor-te-hei aos verdadeiros fatos, aqueles que interessam realmente.
Diante do meu ingênuo descanso matinal, ocorre a cena que me torna um personagem involuntário:
Um gari chega ao meu portão pedindo a tal caixinha de Natal. Pelo que entendi, é um incentivo monetário aos funcionários que diariamente lhe prestam serviços. Um molha mão se preferir.
Diante do repentino pedido, me preparava para dizer ao homem que nada tinha a lhe oferecer, quando fui bruscamente interrompido pela voz doce porém imponente de minha mãe, que me obrigava a dar DEZ REAIS, em notas marcadas e extraídas do banco central, para o tal prestador de serviços.
O melhor foi ela dizendo que isso acontece sempre, que é normal contribuir com o gari, com o carteiro, com o entregador de jornal ...... Dai uma lista de usurpadores, beneficiados com um dinheiro que putaquepariu é meu! Afinal oq vai acontecer se eu não der o tal dinheiro, eles vão parar de trabalhar bem, eles vão pichar meu muro, eles vão roubar vossas mulheres e consumir vossas colheitas !? Porríssima nenhuma! Eles vão continuar fazendo o trabalho deles como sempre e até melhor. Posso declarar isso no meu imposto de renda? Posso? Não? Ah tá.
-Oi amigo, tem caixinha pra ajudar a gente?
-Tenho, pega aqui na minha calça.
-Onde?
-Aqui ó, aqui na frente......
