domingo, 6 de setembro de 2009

Minha vida e Isabela (Parte1)

Ao leitor, desejo de todo o coração que tente não se identificar com minha história. Se por algum motivo encontrar semelhança entre minha vida e a sua, procure de todo o modo não terminar como eu. Faça com que o trecho, humildemente narrado aqui, lhe sirva, ao menos, como um exemplo a não ser seguido.

Chamo-me Ezequiel. No momento tenho 32 anos. Sou casado com uma bela mulher chamada Vitória. Costumo brincar com minha esposa e lhe dizer que ela faz jus ao nome que lhe foi imposto. Trata-se de uma executiva, bem sucedida e de muitos talentos. Cursou uma das melhores faculdades, graças a seus dotes intelectuais. Domina três idiomas com fluência e é portadora de um dom para lidar com as pessoas, sem igual. Além de excelente profissional, Vitória é também uma excelente esposa, e amiga. Sua beleza é estonteante. Lindos cabelos loiros e olhos da cor do céu. 31 anos emoldurados num corpo de 25. Como pode ver, caro leitor, não tenho do que reclamar quanto à minha companheira. Porém é comum que nenhum de nós se sinta, em vida, plenamente satisfeito. É da natureza humana, desejar algo mais, ainda que não se saiba direito o que.

Moramos em um bairro na parte nobre da cidade. A casa foi, em grande parte, projetada por mim. A cozinha, os quartos, a sala, tudo tem um toque especial que faz com que o lugar tenha muito de mim e que possa agradar ao máximo minha esposa. Sou arquiteto, portanto projetos como esse são minha especialidade.
Não temos filhos. Não acreditamos que estejamos prontos para tamanha responsabilidade, mas não me nego a ter um, ou dois, algum dia. Nem Vitória. Só concordamos que não é a hora ainda. Afinal, tudo em nossa vida parece estar muito bem encaixado. Não há motivos para mudar a rotina. Temos uma vida confortável, com bons empregos, uma bela casa e nos damos muito bem, afetiva e sexualmente, devo acrescentar.

Nos últimos dias, tenho notado minha mulher um tanto eufórica, como se algo a incomodasse, como se estivesse me escondendo algum segredo. Estávamos casados a anos, eu sabia quando algo a afligia, mas achei melhor não dizer nada.
Mais alguns dias se passaram, sem maiores transtornos até que numa noite, ao chegar cansado do trabalho, me deparo com algumas malas próximas à porta. Desconfio. Enquanto retirava a gravata e o paletó, rumei em direção à cozinha, da qual pude ouvir algumas vozes, distinguindo apenas uma delas, a de minha esposa. A outra, tratava-se de uma voz também feminina, parecia jovem. Era quase inaudível. Um sussurro.

Ao atravessar a porta, deparei-me com Vitória sentada à mesa, ainda com roupas de trabalho. Encostada na pia, perto da bancada, havia uma jovem menina. Aparentava não ter mais do que 16 ou 17 anos. Algum tempo depois, descobri que sua idade era na verdade 15. Acabara de fazer 15 anos, para ser mais preciso. Tratava-se de Isabela, irmã de minha esposa, minha cunhada. Eu a havia visto em algumas reuniões de família. Confesso que não era muito fã desse tipo de evento e desejava me desvencilhar do compromisso, sempre que possível. Mas aquela menina, o que poderia estar fazendo em minha casa a horas tais? Teria acontecido alguma tragédia? Resolvi me sentar e deixar que minha esposa explicasse tudo. Quase uma hora de conversa. A menina manteve uma distância considerável de mim durante todo o papo. Pude entender ao final de tudo, que a pequena Isabela havia fugido de casa. Aprontou suas malas, pegou um ônibus e após um longo trajeto, chegara até nós.
Os pais de Vitória eram severos, ela mesma me contou histórias sobre sua infância na qual eles não permitiam que ela saísse de casa com os amigos, tampouco namorasse. Na verdade era uma prática comum no lugar onde foi criada. Uma cidade do interior com métodos conservadores. Mas ao que parecia, Isabela não tinha a mesma calma de Vitória. Era uma menina tinhosa e cheia de vontade de explorar o mundo, o desconhecido. Acima de tudo era corajosa. Sair do interior sozinha, com 15 anos e sem entender quase nada da vida aqui na cidade, não era coisa pra qualquer um. Essa petulância me cativou e me fez abençoar sua atitude, ainda que errada. Levantei da cadeira, aproximei-me da menina e lhe abracei com carinho. Prometi ali que tudo ficaria bem. E que eu estava disposto a permitir que ela ficasse na casa o quanto quisesse. Ela sorriu, um tanto desconcertada com meu abraço, mas meneou a cabeça como a quem agradece em silêncio.
Vitória prometeu ligar pros pais para explicar tudo, em seguida iria acomodar Isabela em um dos quartos de hóspedes. Tudo parecia estar sendo acertado. Decidi então não me envolver mais. Já era tarde. Despedi-me das duas e rumei em direção à cama. Estava exausto, havia sido um dia cheio e tudo o que eu queria naquele momento era dormir e aproveitar a longa noite de sono, afinal, o dia seguinte
era Sábado, bendito Sábado.

2 comentários:

Unknown disse...

ra nao acredito q ele vai comer a minina de 15 anos.

koeh caio muda esse roteiro ai

Leo disse...

Porra! Valeu Pedro...